segunda-feira, 4 de abril de 2011

Meninas são tão mulheres


Depois de todas as desilusões, telefonemas não recebidos, cartas não enviadas, depoimentos não escritos, cá estamos nós. Depois de todas as lágrimas que molharam o travesseiro, os chocolates devorados, o tempo perdido, as mãos aflitas e vazias, cá estamos nós. Depois ainda, de todas as noites em claro, toda a raiva contida e todo o choro exaustante, aqui estamos nós.
Meninas. Em qualquer lugar do mundo, sempre tão ingênuas, sempre tão doces lá no fundo. Na verdade, todas são iguais, só muda a cara, o corpo, a alma. Mas o coração palpitando quando ele passa, e as mãos trêmulas procurando as dele ainda são as mesmas, em qualquer lugar do mundo.
Meninas, mulheres. Não importa se são casadas, namoradas, solteiras, enroladas, amantes, divorciadas ou encasquetadas, mulher é mulher. Bicho desconhecido, que a própria raça desconhece. Sempre ali, esperando a ligação, as flores, o ursinho ou o bilhete. Algumas dizem que fogem de compromisso como o diabo foge da cruz, mas lá dentro do seu peito o amor está bem vivo, sim senhor!
A delícia de ser mulher está em cada parte. Nos olhos, no sorriso, no cruzar das pernas e no cabelo preso em coque. A delícia de ser mulher está em ter muitos amores. Cada um de um jeito, num tempo, numa estação e num lugar. A delícia de ser mulher está em se apaixonar sempre - ainda que sofra, que chore, que morra e reviva - é ser flor por dentro, mesmo que pedra por fora.
Mulheres são tão meninas. Desejam carinho, beijo na testa e recadinhos apaixonados. Desejam apego, olhar nos olhos e sentir as batidas do coração. Meninas são tão mulheres. Quando não conhecem o amor, mas amam, cada uma do seu modo. Quando abrem um sorriso que não mostra sua tristeza. Quando querem não uma noite, mas uma vida. Não um dia, mas a eternidade.
São tão meninas, são tão mulheres

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