Depois de todas as desilusões, telefonemas não recebidos, cartas não enviadas, depoimentos não escritos, cá estamos nós. Depois de todas as lágrimas que molharam o travesseiro, os chocolates devorados, o tempo perdido, as mãos aflitas e vazias, cá estamos nós. Depois ainda, de todas as noites em claro, toda a raiva contida e todo o choro exaustante, aqui estamos nós.
Meninas. Em qualquer lugar do mundo, sempre tão ingênuas, sempre tão doces lá no fundo. Na verdade, todas são iguais, só muda a cara, o corpo, a alma. Mas o coração palpitando quando ele passa, e as mãos trêmulas procurando as dele ainda são as mesmas, em qualquer lugar do mundo.
Meninas, mulheres. Não importa se são casadas, namoradas, solteiras, enroladas, amantes, divorciadas ou encasquetadas, mulher é mulher. Bicho desconhecido, que a própria raça desconhece. Sempre ali, esperando a ligação, as flores, o ursinho ou o bilhete. Algumas dizem que fogem de compromisso como o diabo foge da cruz, mas lá dentro do seu peito o amor está bem vivo, sim senhor!
A delícia de ser mulher está em cada parte. Nos olhos, no sorriso, no cruzar das pernas e no cabelo preso em coque. A delícia de ser mulher está em ter muitos amores. Cada um de um jeito, num tempo, numa estação e num lugar. A delícia de ser mulher está em se apaixonar sempre - ainda que sofra, que chore, que morra e reviva - é ser flor por dentro, mesmo que pedra por fora.
Mulheres são tão meninas. Desejam carinho, beijo na testa e recadinhos apaixonados. Desejam apego, olhar nos olhos e sentir as batidas do coração. Meninas são tão mulheres. Quando não conhecem o amor, mas amam, cada uma do seu modo. Quando abrem um sorriso que não mostra sua tristeza. Quando querem não uma noite, mas uma vida. Não um dia, mas a eternidade.
São tão meninas, são tão mulheres
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